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terça-feira, 4 de junho de 2013

Crônica dos 29 anos, 9 meses e 25 dias... (ainda não são 30)

De tanto que estas palavras quiseram sair, nem aguentei meu aniversário chegar...

Quando nasci em 1983 um anjo, Shiva, Buda, Oxóssi ou algum ser celestial me determinou a sina de ser guerreira.
Nasceria mulher para atender o desejo da minha mãe que sonhava com uma menina, era sua quinta gestação. Quatro gestações anteriores, destas três partos prematuros - dois bebês que se foram - todos meninos.

Sonhava com uma princesinha que andaria de lacinho de fita e ligada as "coisas de menina"... E veio uma GUERREIRA! Uma menina que desafiava os adultos com uma arrogância de "gente grande" e que nunca se contentou em ser "mais uma criança". A danadinha não deixava nada no lugar, vivia desmontando tudo para ver como funcionava e querendo fazer diferente da maioria. Gostava de acordar no fim de semana e ver o Senna na Fórmula 1, assistir futebol até quando não era seu time (e comentar), São Paulina xiita que escondia o símbolo do clube entre suas coisas pois a mãe morreria de desgosto.

Morrer não morreu, mas até hoje não ter recebido a "menininha" que tanto desejava ainda é evidente...

E as batalhas começaram cedo!
Logo aos cinco anos a Meningite: a internação longe de casa, a perda dos movimentos, de alguns sonhos também... Essa deixou sequelas por dentro e por fora. Mas ora, são as cicatrizes que fortalecem guerreiras!
E assim segui a vida, larguei a cadeira de rodas, a bengala, reaprendi a andar de um jeito todo meu. Meus passos desde lá são peculiares...

E quando metade da história já se avizinhava, veio a maternidade...
Pareceu que cochilei num trecho da minha própria vida e acordei grávida, sozinha, sem casa, sem sonhos...
O que que eu fiz?
Pensei, agora tenho alguém que depende de mim. É agora que a luta fica mais intensa!
Assumi a maternidade e a paternidade. Matando dois leões por dia, "pra ter que provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém".

Imaginem comigo: adolescente, mãe solteira, fora da escola, sem emprego e com menos sonhos ainda. O que seria dessa garota 15 anos depois?
- EU!!!!

Professora efetiva com dez anos de carreira, terminando a segunda especialização, contemplando de longe o gostinho do mestrado, com uma filha no segundo ano de uma ETEC. E, aquela que por um tempo nem andava, hoje faz vezes de bailarina e se deslumbra entre gingados e alguns oitos.


Caberiam muito mais detalhes da constituição dessa guerreira. De tantas voltas e voltas. Mas pretendo terminar por aqui. Não me considerando um exemplo, ou modelo. Apenas uma pessoa que segue procurando as oportunidades em cada perspectiva e fazendo a melhor limonada com os frutos que a vida le deu...

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